sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Região Nordeste

Sabemos que o Brasil é dividido em 5 macro regiões: Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Norte e Nordeste. Regionalizar deriva do termo em latim "regere", que significa "reger", "governar". Região, por sua vez, representa um espaço, de tamanho variável, com alguma característica, natural ou não, que permita diferenciá-lo das demais áreas.
A região Nordeste do Brasil é formada por 9 estados:

Nordeste - mapa político
Devido às características hidrográficas, à variação altimétrica do relevo e à variedade de climas, solos e tipos de vegetação, a região apresenta diversas paisagens naturais, desde o litoral oriental úmido, passando pelo clima seco com vegetação de Caatinga e em alguns pontos de Cerrado, até o encontro com a Floresta Amazônica, sob influência do clima equatorial úmido, no oeste do estado do Maranhão.

Tendo por base as condições naturais, principalmente o clima, a Região Nordeste pode ser dividida em quatro sub-regiões naturais: a Zona da Mata, o Agreste, o Sertão e o Meio-Norte. 


Zona da Mata:
Possui clima tropical litorâneo úmido. Temperatura média anual oscila entre 24 ºC e 26 ºC, e a precipitação total anual é superior a 1.200 milímetros - em algumas áreas esse número supera os 2.000 mm. As chuvas se concentram entre abril e julho. 
O relevo é formado, principalmente, por planícies, onde se localizam praias e tabuleiros litorâneos.
A vegetação original era a Mata Atlântica. No século XVI a exploração começou com a retirada do pau-brasil e posteriormente o desmatamento se intensificou com o cultivo de cana-de-açúcar.
A Zona da Mata é a região mais populosa do Nordeste. Nela se encontram duas metrópoles: Salvador e Recife, com ampla influência no espaço nordestino, pois oferecem serviços diversificados - comércio, portos, hospitais, escolas, faculdades, cultura e turismo. 
Pode ser subdividida em três porções: Zona da Mata açucareira, Zona da Mata Cacaueira e Recôncavo Baiano. 

Agreste:
Trata-se de uma área de transição entre a Zona da Mata e o Sertão, por isso a vegetação apresenta fragmentos de Mata Tropical e nas áreas mais secas a Caatinga. O Planalto da Borborema é a forma de relevo que caracteriza a porção norte do Agreste. Esse planalto age como uma barreira para as massas de ar úmidas que se deslocam do oceano para o interior, contribuindo para o problema da seca no Sertão. 
As áreas úmidas são chamadas de brejos e nelas não há seca.
No Agreste encontram-se cidades importantes, como Campina Grande, na Paraíba; Caruaru e Garanhuns, em Pernambuco; Feira de Santana e Vitória da Conquista, na Bahia, cuja vida comercial e o setor de serviços são bem desenvolvidos.
A agricultura é caracterizada pela policultura com destaque para o milho, arroz, feijão, mandioca, algodão, café, frutas tropicais e agave, da qual se extrai uma fibra para fabricação de cordas, bolsas e tapetes.

Sertão:
Na maior sub-região do Nordeste predomina o clima tropical semiárido, com chuvas escassas e mal distribuídas ao longo do ano. Há áreas que ficam entre 6 e 8 meses sem chuvas e outras que ficam até 11 meses sem nada de precipitação. 
Assim como ocorre no Agreste, o Sertão também possui áreas úmidas, os brejos. O principal deles é o de Cariri, no sul do Ceará.
A vegetação nativa é a Caatinga, que na língua tupi significa "mata branca".
O relevo apresenta diversas altitudes, com chapadas e depressões, destacando-se a Depressão Sertaneja e do São Francisco, por onde corre o importante rio São Francisco, o grande rio permanente ou perene (que não seca) que atravessa o Sertão.
Caatinga
Quanto a economia, merece destaque a criação de gado bovino, o cultivo de milho, feijão, arroz, mandioca e frutas. A fruticultura desenvolveu-se com sucesso no Sertão, graças à utilização de técnicas de irrigação implantadas a partir dos anos 1980. Duas áreas se destacam: a do vale do rio Açu, no Rio Grande do Norte, e a do vale submédio do rio São Francisco. 
Durante os períodos de seca prolongada, muitas famílias que habitam o semiárido são penalizadas. Para minimizar esse problema, os governos federal e estaduais repassam verbas (dinheiro) aos municípios mais afetados pela falta de chuva para socorrer as vítimas e construir obras emergenciais, como açudes. Entretanto, nem sempre o dinheiro é aplicado de maneira correta. Muitas vezes parte dessas verbas é desviada por maus políticos que se aproveitam do problema para fazer benfeitorias em suas propriedades. Esse tipo de prática recebe o nome de "indústria da seca"

Meio - Norte:
O Meio - Norte é uma sub-região de transição entre o Sertão semiárido e a Amazônia úmida. Na sua porção oeste predominava a Floresta Amazônica, hoje amplamente desmatada pela ocupação humana: na sul, o Cerrado: na leste, a Caatinga: e na centro-norte, a Mata dos Cocais. Em algumas áreas essas paisagens vegetais se misturam. 
Predomina no Meio-Norte o clima tropical com verão úmido e inverno seco. No extremo oeste do Maranhão o clima é equatorial úmido. As médias térmicas anuais situam-se entre 24 ºC e 26 ºC, e a precipitação total anual varia conforme a área considerada, de 1.000 mm a mais de 2.000 mm.
Até aproximadamente 1960, a economia do Meio-Norte assentava-se na criação de gado, cultura do algodão, extração do babaçu, produção de açúcar, plantio e beneficiamento de arroz e extração da cera de carnaúba. Era uma economia, portanto, de base agropecuária. 
A partir dos anos 1970, iniciou-se na região um processo de modernização econômica. Investimentos foram realizados na agropecuária, principalmente por fazendeiros vindo da Região Sul, e no extrativismo vegetal e mineral. O Maranhão passou a ser escoadouro das riquezas minerais da Serra dos Carajás, no estado do Pará. Para tento, foi construída a Estrada de Ferro Carajás, ligando as jazidas minerais ao Porto de Itaqui, no Maranhão. Esse porto foi equipado para exportar minério de ferro e receber navios de grande capacidade de transporte.
Carnaúba. O caule serve como pilar de pontes ou sustentação de telhados; as folhas fornecem a cera, de larga aplicação industrial e fibras para a confecção de chapéus, esteiras, sacos; os frutos são usados na engorda de suínos.
O município de Alcântara (MA), situado na baía de São Marcos, se sobressai pela sua arquitetura antiga (sua fundação data de 1755) e por possuir um centro de lançamento de foguetes espaciais.

QUADRO RESUMO
SUB-REGIÃO
CLIMA E CARACTERÍSTICAS
VEGETAÇÃO ORIGINAL
ATIVIDADES ECONÔMICAS ATUAIS
CIDADES PRINCIPAIS
ZONA DA MATA
TROPICAL LITORÂNEO COM CHUVAS ENTRE 1500 E 2000 mm
MATA ATLÂNTICA
CANA-DE-AÇÚCAR, INDÚSTRIAS, LATIFÚNDIOS
SALVADOR, ARACAJU, MACEIÓ, RECIFE, JOÃO PESSOA, NATAL
AGRESTE
TROPICAL ÚMIDO; TROPICAL SEMIÁRIDO
TRANSIÇÃO ENTRE A CAATINGA (SERTÃO) E MATA ATLÂNTICA (ZONA DA MATA)
PEQUENAS PROPRIEDADES POLICULTORAS; PECUÁRIA LEITEIRA; INDÚSTRIA DE DERIVADOS DO LEITE; COMÉRCIO
GARANHUNS, CARUARU, CAMPINA GRANDE, FEIRA DE SANTANA, VITÓRIA DA CONQUISTA
SERTÃO
TROPICAL SEMIÁRIDO
CAATINGA
PECUÁRIA EXTENSIVA DE SUBSISTÊNCIA; AGRICULTURA FAMILIAR; AGRICULTURA AGROEXPORTADORA (NAS ÁREAS IRRIGADAS)
FORTALEZA, JUAZEIRO DO NORTE, CRATO, IGUATU
MEIO-NORTE
CLIMA TROPICAL COM VERÃO ÚMIDO E INVERNO SECO. NO EXTREMO OESTE DO MARANHÃO, CLIMA EQUATORIAL ÚMIDO
TRANSIÇÃO ENTRE CAATINGA, CERRADO E FLORESTA AMAZÔNICA
EXPLORAÇÃO DA CARNAÚBA; DO BABAÇU; CULTIVO DO ALGODÃO
TERESINA;
SÃO LUIS, IMPERATRIZ, PARNAÍBA, ALCÂNTARA





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